Há pouco mais de um ano, troquei de câmera fotográfica. Vendi minha velha companheira Canon EOS Rebel T6s e a substituí por uma mais atual, cheia de novos recursos: a Canon EOS R50 Mirrorless.
Atualizei meu equipamento pouco antes de uma viagem de turismo e aventura na cordilheira dos Andes. Fizemos ela em casal, no segundo semestre de 2024. Foram dias muito especiais pelas montanhas, com direito a uma imersão profunda na cultura andina.
Quem me conhece há bastante tempo sabe o tanto que eu gosto de sair por aí desbravando novos lugares com uma câmera. Contemplar e andar por belas paisagens naturais ou urbanas. Sentir-me presente nelas. E ter a felicidade de colecionar fotos preciosas, verdadeiros quadros que ilustram cada experiência vivenciada.

Além da câmera, costumo levar na mochila o seguinte kit fotográfico:
- um tripé;
- meu conjunto de lentes pra viagem;
- filtros ND e polarizados;
- baterias e carregador.
Sobre as lentes: atualmente, uso uma 18-135mm como principal. Ela é muito versátil, permitindo fotografar em qualquer situação com agilidade e bons resultados. Quando tenho oportunidade, também utilizo:
- uma 10-18mm como grande angular, para paisagens e cenários amplos;
- uma 50mm como lente normal, para retratos e close-ups;
- uma 75-300mm como teleobjetiva, para alcançar detalhes que estão mais distantes.
Não sei se esses detalhes técnicos interessam a todos. Se houver demanda, posso escrever um artigo mais aprofundado no futuro.
O fato é que todo esse equipamento mencionado ocupa um espaço considerável na bagagem, e também cobra o que pesa em esforço físico para ser carregado por aí. Especialmente, quando o objetivo é passar vários dias praticando turismo de aventura.
Nessa viagem pelos Andes, onde enfrentamos longas e íngremes caminhadas em altitudes que algumas vezes ultrapassaram os 5.000 metros acima do nível do mar, o volume e o peso do equipamento fotográfico certamente impactaram ainda mais.
A ascensão dos smartphones na fotografia
Não vou cometer o erro de afirmar que ainda hoje, utilizo minha câmera com a mesma frequência de sempre. Isso seria uma enorme inverdade.
Na verdade, já ficou pra trás o tempo em que a máquina fotográfica era um item permanente na minha mochila. Eu costumava levá-la comigo para todos os lados, para não perder nenhuma oportunidade de fazer boas fotos.
Faz alguns anos que essa realidade mudou. As câmeras dos smartphones se desenvolveram em ritmo acelerado e chegaram a um nível de qualidade surpreendente. Eu realmente acho que hoje em dia, as máquinas fotográficas se tornaram itens obsoletos para a esmagadora maioria das pessoas.
Já é comum que os celulares ofereçam um kit completo de lentes (grande angular, normal e teleobjetiva) e sensores de altíssima resolução. Existem ótimos aplicativos que permitem ao usuário controlar manualmente os parâmetros da fotografia, possibilitando uma enorme liberdade criativa. Além disso, as fotos tiradas nos smartphones podem ser publicadas e compartilhadas na internet com muita agilidade.

Quando se trata de preço, até mesmo um celular topo de linha custa praticamente o mesmo que uma câmera de entrada, semi-profissional. E quando se trata de investimento, o smartphone leva imensa vantagem, já que possui infinitas outras utilidades para o dia-a-dia. A câmera, por sua vez, é útil apenas durante a prática da fotografia.
E mesmo com todos esses pontos a favor dos celulares, o que realmente pode fazer a diferença no fim das contas é que eles são muito mais práticos para o fotógrafo, porque são pequenos e leves o suficiente para serem carregados em qualquer bolso. Por outro lado, um equipamento fotográfico ocupa mais espaço e é pesado.
E pra concluir essa parte, uma pequena reflexão que eu acho que muita gente ainda não percebeu:
Quando a pessoa identifica cenas legais, enquadra com cuidado, cria boas composições, e controla a luz durante a captura, então… no fim das contas, essa pessoa vai fazer boas fotos — seja com uma câmera, seja com um smartphone.
Vale a pena carregar tanto equipamento?
Como o meu sustento financeiro não vem da fotografia, então acho que eu realmente não preciso (no sentido mais radical da palavra) de todo o meu equipamento.
Mas ao considerar que tenho verdadeiro fascínio pela arte da fotografia, e sendo ela uma atividade que realmente me traz uma satisfação muito grande, então eu vejo sim algumas vantagens de carregar tantas coisas na mochila em minhas perambulações.
Vou enumerar abaixo três dessas vantagens.
1. A qualidade da imagem
Por mais que os smartphones sejam capazes de tirar fotografias de altíssima resolução, o fato é que as câmeras possuem sensores muito maiores para registrar a luz capturada pelas lentes.
Sensores maiores são capazes de gravar muito mais detalhes do que os sensores minúsculos dos celulares. Por isso, as fotos das câmeras costumam apresentar mais nitidez.
2. A ergonomia
As câmeras são construídas em um formato físico que foi lapidado por gerações para facilitar a pegada do fotógrafo, permitindo tirar fotos com mais firmeza em diversas situações. Além disso, é possível acessar todos os ajustes da máquina por meio de botões e aneis posicionados nos corpos da câmera e das lentes.
Esses comandos são todos físicos e, por isso, é possível usar somente o tato para encontrá-los com facilidade. Com o tempo, fica muito fácil de manejar a máquina fotográfica sem olhar pra ela — mantendo o foco visual naquilo que está ao meu redor.
3. Os rituais que acompanham o hobby
Acho que você vai entender. Quando estou caminhando por aí com a minha câmera nas mãos, percebo que estou mais presente no momento, mais observador e contemplativo com o mundo que me cerca.
Também sinto que estou fazendo algo importante para mim, e isso me leva a um nível mais elevado de consciência. Gosto muito de me sentir assim quando estou fotografando. Porque ao adotar essa mentalidade, consigo aproveitar ao máximo cada experiência.
Além disso, quando estou com meu equipamento, sinto que fico mais cuidadoso com cada aspecto técnico da fotografia — o que obviamente contribui muito para capturar boas fotos.

Além dos momentos em que estou fotografando de fato, também encontro uma satisfação enorme nas etapas de preparação para um passeio fotográfico:
- ao planejar quais equipamentos usar,
- ao separar e conferir o estado de cada um deles,
- ao carregar as baterias,
- ao conferir se os cartões de memória estão formatados,
- ao organizar tudo na mochila…
O engajamento em cada um desses preparativos vai criando uma expectativa positiva para o passeio. Isso me deixa bastante animado já desde antes da jornada fotográfica propriamente dita.
O novo “normal” da fotografia
De fato, tenho feito uso do meu equipamento fotográfico com uma frequência muito menor do que em outros tempos. O smartphone se transformou em uma ferramenta bastante conveniente e competente para registrar a maioria dos momentos do dia-a-dia.
Acho que esses são sintomas de transformações tecnológicas que, no fim das contas, são positivas. Afinal de contas, é bom que os aparelhos celulares da maioria das pessoas tenham câmeras com qualidade suficiente para dispensar o uso de equipamentos caros.
Enquanto isso, quem trabalha profissionalmente com fotografia, ou mesmo quem pratica essa atividade por amor (que é o meu caso pessoal), pode encontrar nesses equipamentos um verdadeiro universo de recursos para desenvolver seu estilo e se expressar artisticamente.
No fim, não importa se usamos câmera ou celular: o que realmente faz diferença é o olhar do fotógrafo.
Concorda comigo? Eu gostaria de saber qual é a sua relação com a fotografia. Você gosta de se aprofundar e aprender novas técnicas? Ou é do tipo que prefere apenas registrar os momentos sem se preocupar muito?
Se quiser, você pode deixar suas respostas aqui embaixo, na seção de comentários.
Muito obrigado por ter lido este artigo! Até a próxima.


Deixe um comentário